“A forma mais rápida de apagar a identidade nacional de um povo é destruindo o seu património cultural. Assim, quando vimos exatamente isso acontecer, soubemos que precisávamos de fazer algo, e que tínhamos de o fazer rapidamente”. Essa afirmação foi dita por Tao Thomsen, responsável criativo da Virtue Future.
Segundo a Unesco, a Ucrânia perdeu ou sofreu danificações em 70 locais religiosos, 13 museus, 33 edifícios históricos e 17 monumentos desde o início da guerra. Se continuar nesse ritmo, a Ucrânia terá um dano imaterial infinitamente maior que o material, se fizermos uma ligação com a frase citada acima. E é justamente onde nasceu a ideia do Backup Ucrânia.
Chamado de Backup Ukraine, a iniciativa é organizada por meio da representação da Unesco na Dinamarca, pela Blue Shield Denmark, Polycam, e pelo grupo de mídia VICE, é um novo projeto colaborativo quer coletar imagens digitais de obras artísticas e de monumentos da Ucrânia antes que eles possam ser destruídos pela guerra com a Rússia.
O projeto se inspirou no que foi feito na Catedral de Notre Dame, em Paris, após o incêndio de 2019 e já conta com mais de 6000 downloads.
O objetivo é que os voluntários façam fotos desses bens culturais para criar uma reprodução 3D do trabalho para garantir a sua preservação no meio digital. A ideia principal do projeto é usar a tecnologia para garantir a sobrevivência da identidade cultural ucraniana independente do desfecho do conflito militar.
Sobre a tecnologia do projeto, ele é alimentado por uma aplicação móvel de digitalização 3D que utiliza fotogrametria, ou tecnologia LiDAR, para criar um modelo tridimensional detalhado enquanto o processamento é feito na nuvem e cada scan etiquetado para um local ucraniano é automaticamente guardado numa base de dados. No site da Polycam você pode acompanhar as digitalizações, bem como as suas localidades.
Também de acordo com Thomsen, ele espera que essas obras nunca sejam necessárias como forma de relembrar um monumento completamente destruído, mas que os modelos digitais poderão, um dia, se necessário, ajudar à reconstrução, a novos moldes ou apenas como uma forma de documentação. E completa dizendo que “nada no mundo físico dura para sempre, enquanto uma cópia digital […] pode durar eternamente”.
Apesar da urgência em guardar as imagens do patrimônio, os voluntários são orientados a permanecer em segurança a todo o momento, respeitar o toque de recolher obrigatório e não tentar capturar imagens nas áreas de conflito imediato.
COMO O BACKUP UKRAINE CONTRIBUI PARA O FUTURO DE OUTRAS ÁREAS?
O Backup Ukraine traz infinitas possibilidades não apenas para o povo ucraniano, ou para a conservação de patrimônios, mas por ser algo replicável em diversas áreas e em diversos lugares do mundo. Já imaginou se cada turista que visita cada ponto turístico, ser um colaborador voluntário, a infinidade de conteúdo que teríamos sobre cada local, e como isso poderia ser aplicado para fomentar o turismo, principalmente de lugares não tão conhecidos pelo público? Ou algo semelhante em construções, aplicados na engenharia e na arquitetura, trazendo referências quase perfeitas aos profissionais da área? E com a evolução das câmeras e celulares, resistentes a água, poderíamos até conhecer o fundo do mar sem grandes esforços.
Essas são apenas algumas das milhares de possibilidades que o formato desenvolvido no projeto pode gerar futuramente e como vai beneficiar e envolver diversas pessoas no mundo em um futuro próximo.
Modelos colaborativos no mundo digital não são nenhuma novidade. Considerado o maior bem público digital do mundo, o modelo colaborativo de maior sucesso da internet é a Wikipedia (provavelmente você que está lendo este texto já deve tê-la utilizado diversas vezes), criada em 2001, pelo americano Kimmi Wales. A enciclopédia colaborativa recebe bilhões de acessos anualmente, e contém artigos sobre praticamente tudo que se imagina. Contudo, a enciclopédia se resume a artigos e pequenas imagens. Agora uma enciclopédia de imagens em 3D pode ser um grande passo ao futuro. Outros projetos colaborativos bem conhecidos são o Waze, Uber, Moovit e Kickstarter.
METAVERSO
E quando falamos em futuro, claro, é dele que estamos falando, o Metaverso, a palavra do momento, considerado o futuro da internet e que pode ser definido como uma rede de mundos virtuais, que tenta replicar a realidade, com foco na conexão social. Alguns entusiastas, um deles, nada mais, nada menos que Mark Zuckemberg, acreditam que nós estaremos interagindo dentro desse universo em breve. Mas a ideia principal é que as fronteiras entre o físico e o virtual sejam cada vez mais dissolvidas e nossos avatares se tornem uma extensão do nosso corpo
Então convidamos você, caro leitor, a fazer um pequeno exercício de imaginação. Vamos imaginar um projeto colaborativo como o Backup Ukraine, tomando uma proporção como a Wikipedia e sendo implementado no Metaverso através de realidade virtual, uma tecnologia de imersão em um mundo completamente virtual, e, voilá, nós viajaremos o mundo inteiro e conhecermos cada cartão postal do planeta, ou até mesmo de outros planetas, se contarmos com o avanço do turismo espacial, sem sair do sofá de casa. Como isso soa para você? Se falássemos sobre isso a dez ou quinze atrás em uma roda de amigos poderíamos ser considerados lunáticos, e hoje está mais próximo do que nunca.
Então se pararmos para pensar, um projeto que nasceu em um período conturbado e triste de um país, com o intuito de resgatar o orgulho de um povo, pode se tornar, ou pelo menos tem potencial, um dos projetos mais importantes da história do mundo digital, isso se já não for.
E, obviamente, quando isso acontecer, a Sense+ estará lá e fará parte disso. Afinal, somos especialistas na aplicação de tecnologias como realidade estendida, realidade aumentada e realidade virtual, e você pode conhecer mais sobre nossas aplicações acessando o nosso site.
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